terça-feira, 11 de maio de 2010

A morte da executiva bem-sucedida

Foi tudo muito rápido. A executiva bem-sucedida sentiu uma pontada no peito, vacilou, cambaleou. Deu um gemido e apagou-se. Quando voltou a abrir os olhos, viu-se diante de um imenso Portal.
Ainda meio tonta, atravessou-o e viu uma miríade de pessoas. Todas vestindo cândidos camisolões e caminhando despreocupadas. Sem entender bem o que estava a acontecer, a executiva bem-sucedida abordou um dos passantes:
- Enfermeiro, eu preciso voltar com urgência para o meu escritório, porque tenho um meeting importantíssimo. Aliás, acho que fui trazida para cá por engano, porque o meu seguro de saúde é Platina, e isto aqui está a parecer-me mais a urgência dum Hospital público. Onde é que nós estamos?
- No céu.
- No céu?...
- É.
- O céu, CÉU...?! Aquele com querubins, anjinhos e coisas assim?
- Exacto! Aqui vivemos todos em estado de graça permanente.
Apesar das óbvias evidências, ausência de poluição, toda a gente a sorrir, ninguém a usar telemóvel, a executiva bem-sucedida levou tempo a admitir que havia mesmo batido a bota.
Tentou então o plano B: convencer o interlocutor, por meio das infalíveis técnicas avançadas de negociação, de que aquela situação era inaceitável. Porque, ponderou, dali a uma semana iria receber o bónus anual, além de estar fortemente cotada para assumir a posição de presidente do conselho de administração da empresa.
E foi aí que o interlocutor sugeriu:
- Talvez seja melhor a senhora conversar com Pedro, o coordenador.
- É?! E como é que eu marco uma audiência? Ele tem secretária?
- Não, não. Basta estalar os dedos e ele aparece.
- Assim? (...)
- Quem me chama?
A executiva bem-sucedida quase desabava da nuvem. À sua frente, imponente, segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o próprio Pedro.
Mas, a executiva tinha feito um curso intensivo de approach para situações inesperadas e reagiu logo:
- Bom dia. Muito prazer. Belas sandálias. Eu sou uma executiva bem-sucedida e...
- Executiva... Que palavra estranha. De que século veio?
- Do XXI. O distinto vai dizer-me que não conhece o termo 'executiva'?
- Já ouvi falar. Mas não é do meu tempo.
Foi então que a executiva bem-sucedida teve um insight. A máxima autoridade ali no paraíso aparentava ser um zero à esquerda em modernas técnicas de gestão empresarial. Logo, com seu brilhante currículo tecnocrático, a executiva poderia rapidamente assumir uma posição hierárquica, por assim dizer, celestial ali na organização.
- Sabe, meu caro Pedro. Se me permite, gostaria de lhe fazer uma proposta. Basta olhar para essa gente toda aí, só na palheta e andando a toa, para perceber que aqui no Paraíso há enormes oportunidades para dar um upgrade na produtividade sistémica.
- É mesmo?
- Pode acreditar, porque tenho PHD em reorganização. Por exemplo, não vejo ninguém usando identificação. Como é que a gente sabe quem é quem aqui, e quem faz o quê?
- Ah, não sabemos.
- Percebeu? Sem controlo, há dispersão. E dispersão gera desmotivação. Com o tempo isto aqui vai acabar em anarquia. Mas podemos resolver isso num instante implementando um simples programa de targets individuais e avaliação de performance.
- Que interessante...
- É claro que, antes de tudo, precisaríamos de uma hierarquização e um organograma funcional, nada que dinâmicas de grupo e avaliações de perfis psicológicos não consigam resolver.
- !!!...???...!!!...???...!!!
- Aí, contrataríamos uma consultoria especializada para nos ajudar a definir as estratégias operacionais e estabeleceríamos algumas metas factíveis de leverage, maximizando, dessa forma, o retorno do investimento do Grande Accionista... Ele existe, certo?
- Sobre todas as coisas.
- Óptimo. O passo seguinte seria partir para um downsizing progressivo, encontrar sinergias high-tech, redigir manuais de procedimento, definir o marketing mix e investir no desenvolvimento de produtos alternativos de alto valor agregado. O mercado telestérico, por exemplo, parece-me extremamente atractivo.
- Incrível!
- É óbvio que, para conseguir tudo isso, teremos de nomear um board de altíssimo nível. Com um pacote de remuneração atraente, é claro. Coisa assim de salário de seis dígitos e todos os fringe benefits e mordomias da praxe. Porque, agora falando de colega para colega, tenho a certeza de que vai concordar comigo, Pedro. O desafio que temos pela frente vai resultar num Turnaround radical.
- Impressionante!
- Isso significa que podemos partir para a implementação?
- Não. Significa que a senhora terá um futuro brilhante... se for trabalhar com o nosso concorrente. Porque acaba de descrever, exactamente, como funciona o Inferno...


Max Gehringer
(Revista Exame)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

Fernando Pessoa

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Santa Bebiana

Transcrevo aqui uma pequena história contada pelo meu pai, referente à zona da Beira Baixa.
No dia dos meus anos festeja-se Santa Bebiana, que na Beira Baixa é tida como a santa padroeira das mulheres bêbadas, só pelo nome vir
associado a bebi...das. Em muitas aldeias, sobretudo dos concelhos de Castelo Branco e Idanha, fazia-se nessa noite com grande algazarra, a nomeação da mordoma e das restantes componentes da direcção da Confraria de Santa Bebiana, geralmente anunciadas pelo tolinho da aldeia. Nessa altura as mulheres que gostavam da pinga tomavam-na às escondidas pelo que era difícil apanhá-las com um grão na asa e por isso havia um grande cuidado em não nomear alguém sem a certeza do vício e normalmente era nomeada mordoma aquela que tinha sido apanhada com a boca na botija pela primeira vez no último ano. Isso dava às vezes aso a que alguns maridos apanhados de surpresa perdessem a cabeça, pela vergonha que uma revelação daquele calibre lançava sobre a família, e dessem uma valente surra às respectivas. Como estás a imaginar, era uma noite de festa....

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

importante...

"...E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes, e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre. "

Esta é uma reflexão de Miguel de Sousa Tavares a propósito da perda da sua mãe, a escritora e poetisa Sophia de Mello-Breyner.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

sábado, 2 de maio de 2009


Pois... por vezes na vida há dois sentidos....

Está de morte!!!!

domingo, 26 de abril de 2009

Saber "saloio"

Em trabalho pela zona saloia de Lisboa deprarei-me com este comentário sobre a vida (agricola):
o tempo em não dando temos de arribar para outro lado
Verdadeiro saber popular!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Aplica-se não só à função pública mas a todo o país.

ERA UMA VEZ... quatro funcionários públicos chamados Toda-a-Gente, Alguém, Qualquer-Um e Ninguém.
Havia um trabalho importante para fazer e Toda-a-Gente tinha a certeza que Alguém o faria. Qualquer-Um podia fazê-lo, mas Ninguém o fez. Alguém zangou-se porque era um trabalho para Toda-a-Gente.Toda-a-Gente pensou que Qualquer-Um podia tê-lo feito, mas Ninguém constatou que Toda-a-Gente não o faria. No fim, Toda-a-Gente culpou Alguém, quando Ninguém fez o que Qualquer-Um poderia ter feito.Foi assim que apareceu o Deixa-Andar, um 5.º funcionário para evitar todos estes problemas.

(esta foi acabadinha de chegar por mail de uma amiga... e como o tempo escasseia, aqui fica!)

sexta-feira, 6 de março de 2009

...

" Quando a gente pensa que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas... "

sábado, 28 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

DOR

Na nossa família há uma música que foi escrita e composta por um antepassado e que no seu refrão diz:

“Cantai, cantai, que as nossas mágoas,
São como o vento, são como as águas,
O vento passa e as águas correm,
E as nossas mágoas cansadas morrem”

Por vezes, na vida, as mágoas são mais fortes que o tempo e acabam por ser as mágoas que nos matam.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O Estranho Caso de Benjamin Button

Efectivamente aqui está outra perspectiva de vida!
Há determinados filmes ou livros que me levam irremediavelmente a pensar que poderia ter feto mais coisas na minha vida. Poderia ter sido uma vida mais cheia ou completa
Acaba por ser sempre uma atitude critica ao percurso de vida…
Acabo por sentir um certo vazio nostálgico de que em determinadas alturas poderia ter feito mais, ou diferente, mais empenhado ou actuante…
No fundo ter sido mais gerador de acontecimentos do que aquilo que fui!
Talvez a minha paciência com a vida me tenha levado a fazer este percurso!?

domingo, 8 de fevereiro de 2009

e as obras começaram...

Depois do recrutamento, há que fazer obras para ter bons espaços de trabalho!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Optimismo...


No seguimento do anterior post.... aqui segue um testemunho de quem anda nestas lides...

Nem sempre nos apercebemos, mas o ser humano está constantemente a interpretar a realidade e essa interpretação pode fazer com que nos sintamos mais ou menos felizes, mais ou menos capazes de lidar com essa mesma realidade.
Todos passamos por acontecimentos negativos e por acontecimentos positivos, mas a diferença reside na avaliação que fazemos e na explicação que damos às situações. A metáfora do copo é flagrante: a mesma quantidade de líquido num copo pode ser vista de diferentes perspectivas. Os mais pessimistas encaram o copo como ainda meio vazio, em contraste com os mais optimistas que reforçam o facto do copo já estar meio cheio.
É importante salientar que o discurso optimista não pretende negligenciar os problemas; outra boa notícia é que esta atitude mais positiva pode ser treinada! As estratégias podem ser exercitadas e depois facilmente se tornam automáticas para o dia-a-dia.
O primeiro passo consiste em identificar a situação e as ideias que daí surgem “Não vou ser capaz de lidar com esta situação…” ou “Vou já desistir…”. Postos estes pensamentos, há que rebatê-los e mudar o discurso (e esta é a parte mais difícil, é verdade!) reconhecendo os aspectos mais positivos (ou menos negativos) de toda a situação. Esta nova visão do problema, pondo de parte os dramatismos, potencia a energia positiva para procurar soluções construtivas.
Resumindo, o optimista encara as tarefas mais difíceis como oportunidades de crescimento e não como ameaças a evitar; é perseverante, não desiste facilmente; alia esforços e recursos para ultrapassar as suas dificuldades. É isto que esperamos de si!
E sendo este um contexto escolar, é sempre bom lembrar que as crianças e os adolescentes são bastante permeáveis aos modelos dos adultos que os rodeiam. Se os adultos manifestarem uma forma positiva de ver a realidade, será mais provável que os jovens também adoptem esta postura. No fundo, o que se pretende é que os nossos alunos consigam abraçar os seus desafios diários confiando que são capazes de os vencer, que não tenham medo de “arregaçar as mangas” quando lhes é proposta uma nova tarefa e que tenham vontade de aprender, mesmo os conteúdos mais difíceis.
Sem dúvida que desta forma estão a ampliar o seu leque de conhecimentos e de experiências para a vida, que os ajudarão a ver sempre o lado mais positivo e a nunca deixar de ter esperança no futuro.

Ana Rita Antunes
(Psicóloga)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A vida é:

A vida é como um cobertor demasiado pequeno.
Puxa-se para cima e fica-se com os pés de fora,
sacudimo-lo para baixo e ficamos a tremer de frio nos ombros;
mas as pessoas bem-dispostas conseguem encolher os joelhos
e passar uma noite muito confortável
.”
Marion Howard

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Jantar de homens...

Apenas eu e o meu filho (15 anos) e muita conversa sobre a vida, ou o sentido dela…
No final, já no carro de volta a casa, ofereci-lhe um pequeno livro que tinha comprado, com outro propósito, numa estação de correios perto de casa. Integridade era o seu título.
Decidi empenhar-me, conscientemente, em criar filhos responsáveis!
Ou mais do que isso, filhos íntegros!
Esta postura, que acaba por não constituir em si uma novidade, acaba por ganhar clareza face a tudo o que a vida me ensinou.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Zoodiaco... agora sim, e até condiz comigo!!!

CARANGUEJO

O Protector. Emocional.
Pode ser tímido.
Muito amoroso e gentil.
Bonito.
Sócios excelentes para vida..
Protector.
Inventivo e imaginativo.
Cauteloso.
Tipo de pessoa sensível.
Necessidade de ser amado pelos outros.
Magoa-se facilmente, mas simpático.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

SOCORRO!!!

Não, não é a estação de Metro em Lisboa...
A demência ataca-me em larga escala!
Já publico artigos com signos que não são os meus!
Já nem me conheço… :S
A falta de tempo ataca a lucidez de forma lapidar!
Talvez precise mais de psicoterapia do que de fisioterapia!!!
Help!!!!!!